Sunday, April 06, 2008

finalmente o Museu do Surrealismo em Famalicão


«O projecto do Centro de Estudos e Museu do Surrealismo (CEMS) , a erigir em Vila Nova de Famalicão em 2009, irá criar um equipamento cultural único no País destinado a albergar mais de 1900 obras do surrealismo, incluindo todo o espólio de Mário Cesariny, e a promover o estudo e divulgação do surrealismo.
Promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e a Fundação Cupertino de Miranda, o equipamento irá dispor de salas de exposição temporárias e permanentes, uma biblioteca para cem mil volumes, um auditório com 112 lugares, espaço pedagógico, zona administrativa, zona de espólio, loja e cafetaria.
O primeiro aniversário da morte de Cesariny (2006-1923) foi a efeméride escolhida para a apresentação pública do projecto de arquitectura do CEMS, da autoria do atelier DNSJ, Lda.
Localizado no Parque da Devesa, a concepção proposta pelo colectivo de arquitectos assenta na ideia de uma construção de forma maciça que se assume de uma maneira abrupta na paisagem. Um pequeno bosque de faias, também proposto pelo atelier, contrasta com o volume do edifício e "dilui a presença do CEMS, tornando-a misteriosa e encoberta", contam os arquitectos.
Com três pisos acima do solo e um em cave, o CEMS será em betão à vista descofrado com textura em tábuas de madeira, uma vez que "a cofragem de madeira propõe, pela textura resultante, um valor plástico que dialoga com o ambiente do parque". Nas fachadas, sobressaem os grandes vãos de diferentes tamanhos, colocados assimetricamente.
A implantação do CEMS no terreno faz-se utilizando jogos de opostos ou compensações entre os espaços construídos e verdes: o edifício propriamente dito localiza-se ao pé do Parque da Defesa, enquanto que o bosque faz a transição entre a cidade e o CEMS. Para os arquitectos, este bosque, que tem de ser percorrido para se aceder ao edifício, cria um efeito dramático que antecipa o visitante para o mundo "surreal" que o espera. O dramatismo é enfatizado pela própria entrada, em forma de fenda.
Os jogos de contraste prolongam--se para o interior, mas desta vez utilizando efeitos como compressão/descompressão do espaço: zonas de pé- -direito triplo, com cerca de 9 m de altura, como a recepção, circulação e espaços expositivos coabitam com espaços de pé-direito menor, como a loja e cafetaria. Nos espaços de pé-direito elevado existem situações que permitem o usufruto visual do grande desafogo de altura, como passadiços ou "miradouros", que permitem olhar de cima para baixo.
"Quisemos criar uma série de situações que pudessem corresponder a coisas inesperadas", explica Duarte Nuno Simões, a propósito da abordagem arquitectónica tanto no interior como no exterior.
in DN

1 comment:

Anonymous said...

Isto promete!
Força nisso Mindo (Mindinho p'ros amigos!)
E viva Famalicão!!

Grandes abraços do
Helder Magalhaes.